“Todo vício que um dia estava sob controle”. É, portanto, diretamente ao ponto que o psiquiatra e escritor Dr. Luiz Eduardo Xavier define uma das maiores armadilhas mentais de hoje: o ciclo silencioso de vícios comportamentais.
No oitavo episódio da terceira temporada de Mapa mentalNo canal Gaincast, o especialista em terapia cognitivo-comportamental explicou como os vícios estabelecem de forma sutil e progressiva-e porque muitos passam despercebidos até causar danos reais.
“O vício nada mais é do que um relacionamento desordenado com um objeto específico”, diz ele. Para ele, o problema não é apenas em substância ou atividade, mas na maneira como o indivíduo se relaciona com ele. “Não é chocolate, telefone celular ou álcool. É a perda de liberdade que esse hábito gera”.
O papel da dopamina no curto -circuito do prazer
Xavier explica que a dopamina, comumente associada ao prazer, tem como principal motivação da função. É lançado em qualquer atividade potencialmente gratificante – de uma corrida a um elogio.
O problema surge quando esse “circuito de recompensa” é hiperstimulado. “Quanto maior o pico, maior a queda. E quanto mais você se repete, menos prazer você sente. O cérebro paga para buscar mais estímulo. É aí que nasce o vício”, diz ele.
Ele exemplifica claramente: “Na pornografia, por exemplo, a pessoa começa com um vídeo leve. Então ele precisa de conteúdo mais pesado para sentir o mesmo estímulo. Isso é tolerância. Então vem a abstinência – quando a pessoa não observa mais por prazer, mas para evitar o descontentamento da ausência”.
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Nem todo vício envolve substâncias
Xavier lembra que nem todos os vícios envolvem substâncias. “Pensamos no vício como algo relacionado a medicamentos, mas pode ser qualquer comportamento que gera perda de controle. Alimentos, telefone celular, pornografia, compras, apostas, trabalho”.
O que define o vício é a perda de liberdade. “Se você precisar repetir esse comportamento, mesmo sabendo que é ruim, se você o estiver usando para aliviar as emoções que não pode lidar, já perdeu o controle”.
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Segundo o médico, os vícios modernos geralmente se escondem por trás de comportamentos socialmente aceitos: verifique o telefone celular a cada minuto, comem em excesso, faça compras por impulso ou opere no mercado financeiro em momentos de estresse.
Por que é tão difícil parar?
Porque o vício parece uma solução. “Ninguém entra em um vício do nada. Ele aparece como uma resposta geralmente mal planejada para lidar com algo que dói. É uma forma de anestesia”.
Além disso, o cérebro registra a memória do prazer. E mesmo depois de um tempo longe, apenas um gatilho para acionar o impulso. “É como uma cicatriz emocional. Se você teve uma perda financeira e hoje o mercado dá sinais semelhantes a esse dia, seu cérebro tentará protegê -lo – às vezes agindo por impulso”.
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Como sair do ciclo?
Para sair do ciclo de comportamento viciante, Xavier recomenda três etapas que se complementam. O primeiro é identificar o gatilho. O que ativa seu comportamento automático? Pode ser raiva, ansiedade, tédio – reconhecer o que causa a reação ajuda a agir antes do impulso.
O segundo é planejar antes da crise. Ele adverte: “Você não vai ao mercado com fome. Por que você operaria sob pressão?” A idéia é definir o que fazer com a cabeça fria antes que a emoção assuma o controle.
Finalmente, é essencial expandir o repertório emocional. Se a única maneira de aliviar a tensão é operar, beber ou comer, esse padrão será repetido. Segundo ele, novas formas de regulamentação devem ser encontradas. Escreva, corra, fale, durma melhor.
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