O senador Tereza Cristina (PP-MS) se reunirá na terça-feira (1º) com o presidente da Câmara de Deputados, Hugo Motta (republicanos), para articular o avanço do PL No. 2088/2023, conhecido como um projeto de reciprocidade.

A proposta, já aprovada pelo Comitê de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) por 16 votos a zero, autoriza o Brasil a adotar medidas contra países que impõem barreiras comerciais ou ambientais excessivas.

A iniciativa ganhou força depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anuncia novas taxas de até 25% dos produtos brasileiros, como aço e alumínio – uma tarifa que reacendeu os debates sobre protecionismo e defesa dos negócios.

Segundo Tereza Cristina, ex -ministro da Agricultura, o projeto “não é uma arma, mas uma ferramenta” para garantir o equilíbrio nas relações comerciais. “O Brasil não afronta ou retalia gratuitamente, mas precisa de instrumentos para reagir a taxas injustas ou demandas desproporcionais”, disse o senador.

De ambiental para comercial

O projeto é do senador Zequinha Marinho (Somos-PA) e originalmente focado na retaliação ambiental. No entanto, o texto foi expandido por Tereza Cristina, relator da proposta, para incluir também medidas de defesa comercial, dadas as crescentes tensões comerciais com grandes parceiros, como os EUA e a União Europeia.

Com isso, o texto começou a autorizar a Câmara de Comércio Exterior (Camex) a adotar contramedidas contra países que praticam discriminação comercial ou ambiental acima do previsto em tratados internacionais, como o Acordo de Paris ou a Política Ambiental Nacional.

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O que prevê o PL da reciprocidade?

O texto permite que o governo brasileiro adote medidas simétricas contra países ou blocos econômicos que impõem restrições comerciais, ambientais ou tributárias consideradas excessivas.

O contratado inclui:

  • Aplicação de taxas ou impostos sobre bens e serviços de países que adotam medidas discriminatórias;
  • Suspensão de concessões ou investimentos comerciais;
  • Anulação de direitos de propriedade intelectual, como patentes e marcas;
  • Resposta a requisitos ambientais mais rigorosos do que os padrões aceitos em acordos multilaterais.

Embora idealizada pelos parlamentares da oposição ao governo Luiz Inacio Lula da Silva (PT) e impulsionada pelo banco do agronegócio, o projeto foi apoiado pelos aliados da Planalto durante o processamento do Senado.

A expectativa agora é que o texto avança na Câmara, especialmente com a pressão dos setores exportadores, preocupados com a perda de competitividade e o aumento de barreiras não -tarifas no comércio internacional.

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