O governo de São Paulo pagará uma compensação de pelo menos R $ 344 milhões para definitivamente encerrar o projeto do monotrilho que conectaria a capital à região da ABC. A construção da linha de 18 bronze, que previa o transporte de 340.000 passageiros por dia, foi lançada há 11 anos, tinha uma oferta e consórcio contratado, mas não deixou o jornal. O acordo que encerrou a disputa entre o consórcio e o governo foi publicado no Diário oficial do estado No último dia 15.
De acordo com a publicação, o valor foi definido em R $ 273,5 milhões em abril de 2023, data base definida para o cálculo, com previsão de correção monetária até o pagamento efetivo. O valor de R $ 335,4 milhões é a referência para fevereiro de 2025. Atualizado para abril, o valor aumenta para cerca de R $ 344 milhões.
Segundo o governo, esse valor representa uma redução de 47% em relação ao relatório do especialista. A indenização será paga à Linha Monotrável de 18-Bronze S/A (venha ABC), composta pela Infraestrutura Primav Companies, Cowan, ENCALSSO, IGLI DO BRASIL e BENITO ROGGIO Transporte.
A parceria público-privada para a construção do monotrilho da linha de 18 bronze foi lançada em 2014, durante o governo de Geraldo Alckmin, na época do PSDB. A empresa vencedora construiria a linha, a um custo de R $ 4,2 bilhões, e a exploraria comercialmente por 25 anos. Com 15,7 quilômetros de comprimento e 13 estações, o monotrilho deixaria São Paulo e passava por São Caetano, São Bernardo e Santo André.
Opção para projeto mais barato
Até 2020, já na administração de João Doria, na época também do PSDB, o governo do estado anunciou a decisão de desistir do monotrilho e executar o projeto de um BRT – um sistema de ônibus de trânsito rápido. Conforme relatado por Estadão, Doria justificou a mudança afirmando que a opção era para um tipo de construção mais barata e transporte de operação. O BRT-ABC, com a mesma rota esperado para o monotrilho, foi adiado nas obras e deve ser entregue apenas em junho de 2026.
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Com a mudança de planos do governo, o consórcio que ganhou a licitação pela linha de 18 bronze do monotrilho em 2023, com uma reivindicação de indenização de R $ 2,4 bilhões para o término unilateral do contrato. Além da violação contratual, o consórcio reivindicou perdas de valores investidos no projeto, documentação e estudos avançados.
Em um comunicado, o governo disse que, através da Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), optou por uma solução consensual para encerrar a disputa de arbitragem alimentada pela concessionária. “A medida evita condenações mais altas, elimina os custos de judicização, reduz um passivo complexo e traz previsibilidade fiscal”, diz ele.
A nota acrescenta que, com o acordo, o governo de São Paulo reforça sua posição proativa no gerenciamento de crises contratuais e reafirma seu compromisso com a certeza legal, a transparência e a atração dos investimentos em infraestrutura.
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Valores de acordo
O concessionário reivindicou uma compensação de R $ 2,4 bilhões e a experiência encontrou uma quantia de mais de R $ 630 milhões. O desconto de 47% foi negociado pelo Estado para atingir o valor de R $ 273 milhões, na data base de abril de 2023, quando o valor foi congelado por solicitação de estado durante as negociações e mais tarde corrigido por Selic. Na correção de abril, o governo prevê que o valor deve atingir cerca de US $ 344 milhões.
Para o engenheiro civil Ivan Carlos Maglio, colaborador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em planejamento urbano, tanto o anúncio do projeto quanto a retirada denota que as decisões políticas nem sempre são acompanhadas pelo planejamento contínuo e dos estudos técnicos fornecidos para o plano de transporte urbano.
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Ele avalia que o monotrilho, como a linha de metrô de 15 pés, tem sido problemático e não deve ser replicado. Ele também diz que o desvio no planejamento estratégico do transporte traz danos devido a compromissos (lances) e possíveis indenizações. “O transporte se torna uma colcha de retalhos, onde os interesses das empresas e não os da sociedade”.