No último painel do evento Brasil: estabilidade macroeconômica, mudança climática e progresso socialOrganizada pelo Banco Privado da XP na sexta -feira (21), os especialistas discutiram como as políticas públicas podem reduzir a pobreza e a desigualdade no Brasil e apoiar o crescimento econômico no país.

Sérgio FIRPO, secretário nacional de monitoramento e avaliação de políticas públicas no Ministério do Planejamento e Orçamento, enfatizou que a Bolsa Familia tem sido fundamental para reduzir a pobreza, mas disse que o programa também tem efeitos colaterais, como maior informalidade.

“Parece que essas regras a serem incluídas no programa podem induzir informalidade”, disse Firpo. Ele explicou que a possibilidade de continuar recebendo parte do benefício, mesmo depois de superar o limite de renda, pode incentivar os trabalhadores a preferir empregos informais a não perder o acesso ao programa.

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O Secretário destacou os avanços no registro único, que hoje abrange 94 milhões de brasileiros e é integrado a outros bancos de dados, como registros formais de emprego. Isso permitiu um monitoramento mais preciso dos beneficiários e seus níveis de renda. “Estamos fazendo um trabalho muito melhor agora do que no passado, e isso tem a ver com o fato de sermos capazes de ver pelo menos renda formal”, disse ele.

William F. Maloney, economista -chefe do Banco Mundial da América Latina e Região do Caribe, destacou a relação entre risco e desigualdade em economias como o Brasil. Segundo ele, a questão do risco no mercado de trabalho tem implicações diretas para as estatísticas de mobilidade social e distribuição de renda.

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Ao comparar o Brasil com outros países, Maloney apontou que a economia brasileira tem um nível de risco no mercado de trabalho aproximadamente o dobro do que os Estados Unidos. “Honduras é quatro ou cinco vezes mais arriscado, o Brasil é cerca de duas vezes mais perigoso”, disse ele. Segundo ele, reduzir esse risco pode gerar renda adicional da renda, conforme indicado pelos resultados do estudo de Krebs.

Maloney sugeriu que as políticas públicas projetadas para reduzir a desigualdade deveriam considerar o tamanho do risco no mercado de trabalho. Para ele, o Brasil parece menos desigual do que os Estados Unidos quando o risco é ajustado, mas as diferenças permanecem significativas.

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Também participou do painel Claudio Ferraz, professor de economia da Vancouver School of Economics; e Nércio Menezes Filho, Professor de Economia da Insper.

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