A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa na terça -feira (25) A análise da denúncia apresentada pelo Gabinete do Procurador Geral (PGR) contra o ex -presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete outros aliados, acusados de planejar um golpe para impedir a inauguração do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na inauguração.
A defesa de Bolsonaro, em 129 páginas, concentra -se em questões processuais, como a anulação de evidências e a validade do amieiro de ordens Mauro Cid. O último bloco de argumentos, com 30 páginas, aborda os méritos da denúncia, argumentando que não é possível avaliar as acusações sem acesso à evidência completa.
Em seguida, veja os principais pontos apresentados pelas respostas de defesa de Bolsonaro e PGR:
1. Julgamento do plenário
A defesa de Bolsonaro argumenta que o caso é julgado pelo plenário do STF, com a participação dos 11 ministros, dada a gravidade e o envolvimento de um ex -presidente e ex -ministros. No entanto, o PGR refuta esse pedido, apontando que uma mudança na Suprema Corte até 2023 determinou que essas ações são julgadas pelas classes, sendo o plenário a exceção.
Esta posição foi recentemente defendida pelo presidente do tribunal, o ministro Luís Roberto Barroso.
“Houve um congestionamento de ações no plenário e, como resultado, um risco real de prescrição de casos”, disse o ministro. “Para evitar isso e atender à reivindicação das defesas, o padrão mudou: ações criminais no Supremo, elas estão sendo processadas nas aulas. Essa se tornou a regra geral. Trazer um caso ao plenário é que seria a exceção”.
O julgamento da denúncia contra Bolsonaro será liderado pela primeira classe, formada pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino. A segunda classe é composta por Gilmar Mendes, André Mendonça, Edson Fachin, Nunes Marques e Dias Toffoli.
2. Moraes como relator
A defesa argumenta que o caso deve ser redistribuído para um novo relator, citando a posição proativa e circundante de Alexandre de Moraes durante o processo. O PGR, por sua vez, explica que as regras sobre o juiz de garantia não se aplicam aos casos da Suprema Corte e que o desempenho de Moraes estava dentro dos limites legais.
3. “Document Dump”
A defesa de Bolsonaro acusa a PGR de usar a tática de “dump de documentos”, ou seja, para fornecer um grande volume de documentos sem organização adequada, dificultando a análise. O PGR neutraliza, afirmando que todos os elementos evidenciais são relevantes e necessários para a complexidade do caso.
4. Acesso aos testes completos
A defesa insiste em mais acesso à integralidade das evidências, especialmente o conteúdo dos telefones celulares apreendidos. A PGR afirma que todos os pedidos de acesso foram atendidos e que os testes estão agora disponíveis para análise.
5. denúncia de Mauro Cid
A defesa exige a anulação da denúncia de Mauro Cid, alegando contradições e omissões, além de questionar o desempenho de Moraes ao interrogar o denunciante. O PGR responde que a denúncia foi aprovada no tribunal e que não há novos elementos que justifiquem a revogação do contrato.
6. Nulidade da prova
A defesa solicita a anulação de evidências obtidas em investigações anteriores, acusando um procedimento de “pesca probativa”. O PGR se defende, afirmando que as evidências são legítimas e que as investigações foram conduzidas de acordo com a lei, com o apoio da Suprema Corte.
7. Atos de Bolsonaro e 8 de janeiro
A defesa de Bolsonaro contesta a acusação de envolvimento nos atos de 8 de janeiro, afirmando que não há evidências suficientes para associar o ex -presidente aos eventos. PGR argumenta que as evidências são claras e que Bolsonaro incentivou a desinformação e a radicalização, contribuindo para o caos de 8 de janeiro.
PRÓXIMOS PASSOS
Se a Suprema Corte optar por receber a queixa e fazer Bolsonaro e seus réus de aliados, o processo vai para a fase instrucional. Durante esta fase, serão feitas declarações de réus e testemunhas e outras etapas para esclarecer os fatos e reunir mais evidências.
Espera -se que uma sentença seja emitida em 2025, com o objetivo de concluir o caso antes das eleições de 2026 e impedir que o processo interfira no calendário eleitoral. Se os réus não aceitarem a sentença, eles poderão recorrer, o que pode prolongar ainda mais o progresso do caso. No entanto, a previsão é que o julgamento final ocorrerá até o final de 2025, de acordo com as expectativas da Suprema Corte.