O Serviço de Promotoria Pública de São Paulo denunciou pelo menos cinco membros da Guarda Civil Municipal (GCM) de Ribeirão Pires, na região metropolitana de São Paulo, para a formação de milícias armadas. Entre os investigados estão o atual secretário municipal de Segurança Pública, Sandro Torres Amazant e o ex -chefe da corporação, Gutembergu Martins Silva.
A denúncia aponta que os agentes agiram sistematicamente entre 2018 e 2023 em uma organização criminosa focada em crimes como extorsão, roubo, corrupção passiva e até homicídios. De acordo com documentos obtidos por Uolo acusado “constituiu, organizou e integrou uma milícia privada para cometer crimes previstos no Código Penal”.
Segundo o deputado, os guardas também teriam participado de dois roubos qualificados para os açougueiros da cidade em junho de 2018. Na época, cerca de 60 quilos de carne e R $ 30.000 em espécie foram tomados. De acordo com a acusação, os crimes foram planejados com o apoio direto da estrutura do GCM.
Destruição de evidências
O Serviço de Promotoria Pública sustenta que, momentos antes do roubo, Gutemberg-na época em que o inspetor-chefe da GCM assistiu ao centro de monitoramento da cidade e solicitou a mudança da posição de câmeras que estavam apontando para os estabelecimentos que seriam direcionados. Segundo o deputado, a ação teve como objetivo impedir o registro do desempenho dos membros da milícia.
Há também evidências de que os agentes realizaram manobras para apagar ou ocultar imagens de segurança que as comprometiam. As gravações teriam sido deliberadamente excluídas ou configuradas para serem descartadas automaticamente após 30 dias, que é o prazo de retenção padrão.
A investigação do MP é baseada em documentos, registros audiovisuais e depoimentos coletados por mais de quatro anos. Em uma decisão de janeiro de 2025, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) ordenou a perda de posições públicas de Sandro Amante e Gutemberga Martins Silva. No entanto, ambos permanecem ativos, pois o caso está atualmente em análise no Tribunal Superior de Justiça (STJ).