Após uma reação relativamente silenciosa do mercado brasileiro, as taxas apresentadas por Donald Trump, presidente dos EUA, no final da tarde de quarta -feira (2), os ativos domésticos sentiram a pressão na sexta -feira (4), com Ibovespa caindo quase 3% e o dólar subindo muito além de 3%.

O benchmark de bolsas brasileiras fechou 2,96%, para 127.256 pontos, a maior baixa do ano, enquanto o dólar comercial saltou 3,7%, em R $ 5.835 na compra e R $ 5.836 em venda.

Os ativos domésticos sucumbiram à aversão ao risco global depois que a China retaliou as tarifas comerciais anunciadas no dia anterior aos Estados Unidos, expandindo a guerra comercial desencadeada por Donald Trump e aprofundando os temores de desaceleração da economia global.

No dia anterior, havia uma certa “celebração” no mercado doméstico, já que a tarifa de 10%no Brasil foi relativamente menor. No entanto, os investimentos apontaram nos primeiros momentos, a tarifa menor não deve ser comemorada, como forte tributação contra a China -um lote de parceiro comercial -e as perspectivas piores em relação à atividade econômica global reforça a visão de que não há vencedores nesta história.

Veja, sexta-feira e os principais mercados de ações aumentaram perdas recentes, mesmo após a eliminação de US $ 2,5 trilhões em valor de mercado em Wall Street ontem, diante dos medos que as tarifas de Trump não apenas enfraquecem a maior economia do mundo, mas ameaçam a chamada “exceção americana” e atividade global. A idéia ganhou força com a retaliação da China e potencialmente outros ativos.

Veja  Vale (Vale3) tem receita líquida de US $ 1,39 bilhão no 1º trimestre, queda anual de 17%

Na visão da analista de investimentos Alison Correia, parceira fundadora da DOM Investimentos, o contra -ataque da China no estilo “olho por olho” ratificou o ambiente de guerra comercial.

Continua após a publicidade

Correia enfatizou que o Brasil passou ileso no dia anterior, já que o país recebeu a taxa mínima de 10%dos EUA, mas disse que acreditava que o mercado brasileiro dificilmente poderia ser retirado nesta sessão de forte pessimismo internacional.

“Honestamente, acho que será muito difícil”, disse ele.

Os futuros contratos de petróleo também aprofundaram as perdas e caíram 8% na sexta -feira, enquanto os futuros preços do minério de ferro caíram ao amanhecer em Cingapura – vale a pena notar que o mercado chinês foi fechado devido a férias locais.

Continua após a publicidade

A AGORA apontou que, por um lado, os ativos domésticos haviam, em média, ilesos no ambiente externo ontem, a continuidade das perdas na sexta -feira sugeriu que esses ajustes chegariam ao nosso mercado hoje também.

As taxas de juros caíram nesta sessão, mas nem sequer aumentaram as ações de empresas que se beneficiaram de um cenário de mais cortes, como varejistas e construtores, que registraram uma baixa baixa na sessão após o movimento de aversão ao risco de mercado.

Essa volatilidade do mercado entre ontem e hoje como uma reação à guerra comercial destaca os dois lados da moeda com os anúncios de Trump, com as próximas sessões importantes para entender melhor o que deve prevalecer.

Veja  Quina: Confira as 5 dezenas do concurso 6714

Continua após a publicidade

Como a equipe de estratégia XP apontou, as taxas menos graves do Brasil em comparação com o resto do mundo seriam um ponto positivo. Para os estrategistas, isso poderia posicionar o país como menos exposto ao risco tarifário, favorecendo a continuidade dos fluxos de capital para fora dos EUA.

Além disso, pode haver um foco maior da China em investimentos estratégicos de infraestrutura no Brasil e na América Latina. Desde 2000, a China expandiu significativamente seu investimento direto estrangeiro na região, com um CAGR de 16,3% (taxa de crescimento anual) em 20 anos, totalizando US $ 73,3 bilhões em investimentos em infraestrutura no Brasil entre 2007 e 2023, distribuídos em 264 projetos, de acordo com o Conselho de Negócios Brasil-China (CEBC).

Por outro lado, o possível fortalecimento das relações estratégicas entre o Brasil e a China pode gerar barreiras comerciais. Além disso, uma guerra comercial prolongada pode levar a uma desaceleração mais aguda nas economias americanas e globais.

Continua após a publicidade

Isso, apontando estrategistas, representa uma ameaça aos ativos de risco global, inclusive através da volatilidade, o apetite de menor risco por investidores e preços mais baixos de commodities, especialmente se a economia dos EUA entrar em recessão. É um resultado negativo para ativos de risco em geral, incluindo o Brasil, que foi observado nesta sessão.

(com reuters e conteúdo de Estadão)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui