Nos últimos anos, o futebol brasileiro exibiu uma nova realidade em seus uniformes e arenas: a regra quase absoluta de apostar casas. Apresentados em 100% dos clubes da Serie A do Campeonato Brasileiro e, em grande parte, até de Libertadores, as apostas se tornaram protagonistas em patrocínios esportivos, injetando milhões de reais na vitrine principal do esporte nacional. No entanto, um novo movimento começa a se consolidar: o ingresso cada vez mais consistente de empresas de consórcio no universo do futebol.

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Esse movimento não acontece por acaso. Com interesse no financiamento tradicional, o consórcio tem sido uma alternativa cada vez mais viável para os brasileiros realizarem seus sonhos de consumo.

Dados da Associação Brasileira de Administradores de Consórcio (ABAC) mostram que, de janeiro a dezembro do ano passado, as vendas acumuladas no setor atingiram 4,49 milhões de cotas, um novo recorde histórico, um aumento de 7,4% acima de 4,18 milhões de aderências de R $ 313. 2023.

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A entrada de marcas de consórcio no futebol tem como pano de fundo esse cenário de expansão. Embora ainda longe do poder financeiro das casas de apostas, essas empresas investiram estrategicamente em clubes com grande apelo popular, desenvolvendo produtos personalizados e ações de engajamento com os fãs.

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O volume anual de créditos comercializados com ativações esportivas já adiciona aproximadamente US $ 1 bilhão, mostrando que os resultados concretos vão além da exposição à marca.

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Crescente interesse

Um dos casos mais emblemáticos é o MultureCas Consortium, patrocinador do Atlético-MG desde 2019. A empresa Minas Gerais, com mais de quatro décadas de operação no setor, já foi responsável por mais de 50.000 membros do consórcio e mais de 300 lojas em todo o país. A parceria com o Galo atinge o sexto ano e consolidou o modelo de ativações direcionadas, como o “Consórcio de Massa”, destinado exclusivamente a fãs atléticos.

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“O futebol é uma excelente plataforma de negócios no Brasil. Mais do que aumentar a visibilidade da empresa, essas parcerias ajudaram a consolidar nossa marca como uma empresa verdadeiramente nacional, que entende e se conecta com os fãs em todo o Brasil”, diz Thales Rangel Máfia, gerente de marketing da Multimarcos Consortia.

Segundo ele, o projeto com o Atlético-MG gerou um impacto direto nos resultados: R $ 573 milhões em créditos comercializados entre ativações com Rooster, Vasco e Paysandu, além de um aumento de 65,1% nas visitas do Instagram da empresa e 293,3% nas vistas das histórias durante ações específicas.

Além da multi -marca, outras marcas seguem trilhas semelhantes. Ademicon, por exemplo, faz parceria com São Paulo, Vitória e Palmeiras desde 2024. O Kasinski Consortium (KSK) investe em futebol e basquete feminino de coríntios, enquanto o consórcio da tradição assinou um contrato com a Vasco Da Gama por duas margens.

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Embracon optou por uma estratégia de visibilidade institucional e patrocina a Federação de Futebol Paulista, com presença em sinais de publicidade LED duplo, novidade nas transmissões nacionais. No estado, o Sicoob também está presente, com direitos de nomeação do campeonato Mineiro e Santa Catarina e ativações no campeonato das Bahianas.

Estratégias integradas

Especialistas são unânimes ao reconhecer que o desafio das marcas de consórcio vai além da simples exposição. “Com a presença maciça de apostas, o grande desafio para outros segmentos é se diferenciar criando narrativas e ativações autênticas que complementam a exposição em uniforme, transformando uma presença em uma conexão e memória real com o ventilador”, diz Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM.

Renê Salviano, CEO da agência de mapas de calor, reforça a importância de pensar sobre estratégias integradas.

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“Os patrocínios devem ser ativados com uma estratégia bem projetada. O consórcio precisa ser apresentado não apenas como um produto para aquisição de mercadorias, mas como uma ferramenta de planejamento financeiro. É aí que entra a verdadeira conversão”.

Entre as 20 equipes da Série A Brasileirão, 18 têm como mestre patrocina uma casa de apostas. Red Bull Bragantino e Mirassol são as exceções, mas os dois têm marcas de apostas nas mangas. Mas para Fabio Wolff, sócio -gerente da Wolff Sports, a comparação direta do consórcio com o segmento de apostas é injusta. “Não há possibilidade de competir com as apostas hoje. No entanto, outros segmentos podem criar bons casos por meio de um planejamento estratégico bem apresentado”, diz ele.

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