Cerca de 140.000 aposentados que obtiveram decisões judiciais favoráveis ​​para recalcular seus benefícios podem respirar aliviados. Na quinta-feira passada (10), o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu a modulação dos efeitos da decisão que derrubou a chamada “tese de toda a revisão da vida” e garantiu que não seria necessário devolver os valores recebidos com base nesse entendimento anterior.

Mas os especialistas reconhecem que essa definição trará frustração para aqueles que ainda tinham ações contínuas sobre o assunto no tribunal.

A revisão permitiu, no cálculo das pensões, contribuições feitas antes de julho de 1994, data de implementação do plano real. Para muitos segurados, isso significou um aumento importante no benefício mensal. Mas o impacto fiscal estimado e as mudanças de entendimento no judiciário levaram a Suprema Corte a reverter sua decisão original, que reconheceu a lei em 2022.

No entanto, a Suprema Corte decidiu proteger aqueles que já tinham decisões favoráveis ​​até 5 de abril de 2024, mesmo que provisórias. Esses segurados não precisarão devolver os valores recebidos, nem dobrar com custas judiciais, taxas ou despesas com a experiência contábil. A medida representa um marco importante para a certeza legal dos beneficiários da Seguridade Social, de acordo com a União Nacional de aposentados, pensionistas e idosos (Sindnapi)

“A decisão anterior foi um golpe duro para os aposentados, mas pelo menos agora eles não serão penalizados com o retorno dos valores, o que aumentaria ainda mais a judicização”, diz Tonia Galleti, coordenadora do Departamento Jurídico da FGV e professor de lei de segurança social.

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Preservação da confiança

A modulação foi proposta pelo ministro Dias Toffoli, que destacou o princípio da confiança legítima dos segurados. Segundo ele, mudar o entendimento da Suprema Corte sem fornecer proteção mínima aos aposentados afetados seria injusto. O relator da ação, o ministro Nunes Marques, inicialmente contrário à proposta, ajustou seu voto para acompanhar o entendimento de seu colega, e a decisão foi unânime.

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“Esta decisão da Suprema Corte reforça o caráter alimentar dos benefícios da previdência social. Os valores recebidos com base na decisão do tribunal, até posteriormente revisados, não devem ser reembolsados”, explica o advogado Natasha Improto, especialista em lei de seguridade social da Munhonh Sociados.

O entendimento da Suprema Corte responde a um recurso apresentado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, que alegavam insegurança legal e desrespeito pelas decisões anteriores do próprio Tribunal e do DST. Com a nova decisão, os aposentados preservam os valores já recebidos, mesmo que os procedimentos sejam extintos após o entendimento judicial.

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Fim da linha para novas ações

Para aqueles que ainda tinham ações contínuas, a decisão da Suprema Corte representa um fechamento definitivo da possibilidade de ganhos com base na revisão de toda a vida. Segundo os advogados, muitos juízes já começaram a extinguir os processos, e não há chances reais de sucesso nos procedimentos.

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“O tema sempre foi controverso e eu recebo muitas perguntas sobre isso, mas é importante ficar claro: não há mais nada a fazer. O julgamento foi definitivo”, diz o advogado Eduardo Jesse Vieira Duarte, do Duarte Vieira.

Apesar da frustração com a reversão da tese, os especialistas afirmam que a definição da Suprema Corte sobre o não retorno dos valores recebidos representa um alívio concreto para milhares de aposentados, preservando a estabilidade financeira daqueles que dependem desses recursos para viver e reforçar a proteção social aos detentores de pensões.

Veja como as decisões ocorreram na Suprema Corte:

2022
STF aprova a tese de toda a revisão da vida
Reconhece que o direito dos aposentados inclui contribuições antes de julho de 1994 no cálculo do benefício.
2023 até o início de 2024
Processamento intenso no tribunal
Mais de 140.000 ações judiciais são abertas com base na decisão. Pressões governamentais para derrubar a tese.
Março de 2024
O STF muda o entendimento
A tese é derrubada pela maioria dos votos, gerando incerteza legal para aqueles que já receberam valores mais altos por decisão judicial.
10 de abril de 2025
O STF define a modulação dos efeitos aposentados com decisão favorável até 4/5/2024:
– Eles não precisarão devolver os valores recebidos
– Eles estão isentos de custos, taxas e experiência
– Eles ganham proteção legal definitiva

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