Com o enfraquecimento do desempenho do Hezbollah no Oriente Médio, especialistas e governos novamente acendem o aviso a uma possível expansão da organização terrorista libanesa na América Latina. De acordo com investigações recentes, cerca de 400 comandantes de grupos foram enviados para países como Brasil, Colômbia, Equador e Venezuela, em uma tentativa de reestruturação fora da zona de conflito com Israel.

Contexto: os Estados Unidos oferecem uma recompensa de quase US $ 60 milhões por informações sobre o Hezbollah na fronteira brasileira

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Na semana passada, os Estados Unidos ofereceram uma recompensa de até US $ 10 milhões por informações que levam à interrupção dos mecanismos de financiamento do grupo na região. O foco principal da investigação está na área da fronteira tripla – localizada entre o Brasil, o Paraguai e a Argentina – já conhecida por ser uma zona sensível de ação ilícita das organizações extremistas.

A ofensiva diplomática dos EUA ocorre após a perda de influência do Hezbollah no Líbano, onde a organização sofreu vítimas duras em confrontos com Israel no ano passado. Operações militares israelenses, incluindo ataques sem precedentes com explosivos escondidos em dispositivos eletrônicos, teriam eliminado uma parte significativa da liderança e destruídos entre 60% e 70% dos mísseis de longo alcance do grupo.

No entanto, o atual líder do Hezbollah Naim Qasmoum, disse recentemente que não entregará as armas ao governo libanês, como o acordo de cessar -fogo previa. “Ninguém pode tirar as armas de resistência”, disse ele no mês passado. Especialistas também questionam a possibilidade dos membros do grupo – a organização militar mais poderosa do mundo – integra o exército regular libanês.

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“Não consigo imaginar os soldados xiitas integrando -se a uma força liderada por chefes militares cristãos”, disse o especialista israelense Ely Karmon, pesquisador sênior do Instituto Internacional da Luta contra o Terrorismo, que por anos atuou como consultor do Ministério da Defesa de Israel.

Brasil no radar

No Brasil, a aliança entre facções criminais locais e o Hezbollah preocupa os especialistas. Segundo Martín Verrier, secretário de combater o tráfico de drogas e o terrorismo da Argentina, existe uma relação crescente entre grupos como o primeiro comando da capital (CCP) e a organização libanesa. O acordo, disse ele, é claro: o PCC oferece proteção aos membros do Hezbollah presos no Brasil e, em troca, recebe armas.

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Verrier também alerta que o atual esquema de financiamento pode evoluir para ações militares na região. Em 2022, um plano estatal venezuelano emrasur foi retido na Argentina com a tripulação venezuelana e iraniana suspeita de espionagem. A investigação revelou vínculos com o traficante de drogas uruguaia Sebastián Marse, nomeado como mentor do assassinato do promotor paraguai Marcelo Pecci, no meio da lua de mel na Colômbia.

– Não há dúvida de que, quando o Hezbollah enfrenta as dificuldades de financiamento do Irã, seu principal apoio, busca recursos e expande para outras regiões. Na América Latina, ele já tem uma estrutura que pode recebê -lo ”, disse Verrier.

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Eixo andino em formação

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Além da fronteira tripla, um novo eixo de ação do Hezbollah seria se formar no oeste do subcontinente. Fontes de inteligência saudita indicam que o Equador, a Colômbia e a Venezuela já abrigam dezenas de comandantes do grupo. Para a especialista venezuelana-americana Vanessa Neumann, presidente do Instituto assimétrico, a expansão de atuar em países andinos está diretamente ligada ao tráfico de drogas e à dolarização da economia no Equador.

– Acredito que possa haver um aumento na violência dos cartéis criminosos, um aumento nas campanhas de desinformação para manipular eleições e uma tentativa de influenciar ações multilaterais. A América Latina deve estar muito atenta a essas questões ”, alertou.

A presença do Hezbollah na América do Sul não é nova. O grupo é acusado de planejar dois dos ataques mais letais já registrados na Argentina: contra a embaixada israelense em 1992 e contra a sede da Associação Mútua Argentina Israel (AMIA) em 1994, que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos.

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Dada essa história e movimentos recentes, analistas e governos reforçam a necessidade de cooperação regional para monitorar atividades terroristas e desmontar as conexões com o crime organizado.

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