Fundador e face principal da chegada, um partido de extrema direita que cresce nas pesquisas e no parlamento português, André Ventura consolidou como uma figura central na política portuguesa após as eleições legislativas deste domingo (18). Com um discurso nacionalista e anti-imigração, Ventura transformou a chegada de um movimento marginal em uma das principais forças políticas do país.
Nascido em Sintra, Distrito de Lisboa, em 1983, Ventura se formou em direito e até atuou como professor universitário e funcionário da autoridade tributária. Ele também era conhecido como comentarista esportivo antes de se lançar na política. Ele começou sua carreira no Partido Social Democrata (PSD), o mesmo partido que o primeiro -ministro Luís Montenegro, mas quebrou com a legenda e fundou a chegada em 2019.
Desde então, Ventura tem sido o protagonista da controvérsia e um discurso polarizador. Ele se define como liberal na economia, conservador em costumes e nacionalista em identidade. Entre suas propostas estão penalidades mais graves por crimes graves, prisão perpétua, castração química para usuários sexuais e medidas difíceis contra a corrupção.
Seu discurso anti-imigrante, no entanto, é central para sua plataforma. Ele visa especialmente ciganos, muçulmanos, indostanic e beneficiários de programas sociais – embora ele salve brasileiros, a maior comunidade estrangeira do país. Em várias ocasiões, Ventura afirmou que Portugal tem “minorias que estão acima da lei”.
Em redes e mensagens como WhatsApp e Telegram, a Ventura tem uma grande ressonância entre os setores da extrema direita portuguesa. De acordo com dados do Startup Palver, lançado no jornal S.Paulo FolhaSua hospitalização durante a campanha gerou comoção nesses círculos e alimentou teorias da conspiração e campanhas de apoio que expandiram sua visibilidade digital: muitos compartilharam as informações falsas de que foram envenenadas.
Apesar das críticas – e dos escândalos envolvendo números de chegada, como casos de abuso e corrupção – Ventura manteve sua base e viu o partido se fortalecer nas pesquisas. Ele rejeita qualquer associação com discursos autoritários do passado, como o salazarismo, mas já se apropriou do lema “Deus, pátria e família”, usado pelo antigo regime fascista português, ao qual acrescentou “trabalho”.