LISBONO – Na terceira eleição legislativa em apenas três anos, em meio à instabilidade política que marca o atual governo, Portugal retorna às pesquisas neste domingo (18) para decidir quem liderará o país nos próximos anos. A disputa é liderada pelas duas principais forças do país-a Coalizão da Aliança Democrática Central (AD) e o Partido Socialista (PS)-e tem implicações diretas para os mais de 500.000 brasileiros que vivem no território português.

Isso ocorre porque um dos temas mais sensíveis desta eleição para a comunidade brasileira é a possibilidade de mudança na lei da nacionalidade. Atualmente, os estrangeiros que residem legalmente em Portugal por cinco anos podem solicitar a cidadania portuguesa. Esse direito pode ser expandido graças a um padrão aprovado pelo Parlamento, que reconhece o tempo de espera da autorização de residência na contagem de cinco anos – embora essa regra ainda dependa da regulamentação.

Mas o atual governo e o favorito dos planos de reeleição para mudar essa legislação. O ministro da Presidência, Antonio Leitão Amaro, já afirmou que, se o PSD continuar a poder, ele enviará uma proposta para aumentar o tempo mínimo de residência de cinco para dez anos. Além disso, a coalizão deseja excluir o período de espera da autorização da residência de contagem, o que estenderia ainda mais o prazo necessário.

Crise política e escândalos no centro da campanha

A eleição inicial foi convocada depois que o governo do primeiro -ministro Luís Montenegro (PSD) não pôde aprovar seu programa no Parlamento em março. A rejeição ocorreu em meio a acusações de conflito de interesses envolvendo a empresa de proteção de dados Spinumviva, vinculada à família Montenegro – acusações que ele nega.

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Essa instabilidade política é um reflexo de um parlamento fragmentado e as dificuldades de articulação entre as partes, que devem continuar após a reivindicação, independentemente do resultado.

A campanha eleitoral foi marcada por debates sobre tópicos internos, como políticas de imigração e serviços públicos. Questões internacionais como tarifas comerciais ou o papel de Portugal na defesa européia estavam em segundo plano.

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Apesar das propostas, o sentimento geral é de descontentamento com os líderes políticos. Pesquisas mostram que tanto o atual primeiro -ministro Luís Montenegro quanto seu principal rival, Pedro Nuno Santos (PS) têm aprovação limitada. Muitos eleitores declaram que não confiam totalmente em também.

A última pesquisa da Universidade Católica para RTP, Antena 1 e Jornal Público, divulgada na quinta -feira (16), mostra a coalizão do AD na liderança com 32% das intenções de voto. O PS aparece em segundo, com 28%.

O partido chega, extrema direita, permanece como uma terceira força com 20%, seguida pela iniciativa liberal com 6%. Outras legendas, como Free, CDU, bloco esquerdo, panela e juntas para as pessoas, aparecem com porcentagens menores.

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Apesar da vantagem do AD, os analistas apontam para um cenário de impasse: o atual governo deve vencer as eleições, mas sem a maioria no Parlamento, repetindo o cenário de instabilidade política observada nas eleições anteriores.

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Assim, a formação de um governo estável parece improvável. Se o Montenegro não obtiver maioria no Parlamento, isso dependerá de negociações com outras legendas. E, como visto no passado recente, isso pode levar a um novo impasse institucional – e talvez ainda mais eleições pela frente.

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