O diretor de polícia federal, Andrei Passos Rodrigues, se posicionou contra o projeto de anistia para os condenados pelos golpistas de 8 de janeiro. Para ele, é “inaceitável” deixar crimes pouco claros dessa gravidade.

Ao participar de um painel ao lado do procurador -geral, Paulo Gonet, na 11ª edição da Conferência Brasil neste sábado, 12, Andrei Rodrigues fez questão de destacar a gravidade dos fatos. “Havia um plano de assassinato do Presidente da República, o vice-presidente da República e o presidente do nosso Tribunal Eleitoral. Isso, por si só, deveria chocar e assustar todos”, disse ele, que continuou:

“Não estamos falando aqui sobre a composição de uma estátua. Estamos falando de planos de assassinato, ruptura de nossa democracia, vandalismo, depredação do patrimônio público e histórico. Estamos falando de ataques às instituições estatais brasileiras que teriam conseqüências inimagináveis”.

O diretor-geral da PF também enfatizou a necessidade de manter os envolvidos na proporção da gravidade dos crimes.

“Eu tenho o maior respeito e apreço pelo Congresso, que é o fórum de debates e propostas legislativas, mas também tenho minha opinião muito consolidada”, disse Andrei, mencionando a “denúncia requintada” do escritório do procurador -geral ao Supremo Tribunal. “Acho inaceitável não punir pessoas que cometeram crimes desse escopo”.

Durante o painel, Andrei Rodrigues foi questionado sobre como sua proximidade com o governo poderia afetar a autonomia da polícia federal. Ele respondeu para encontrar as suposições sobre seu relacionamento pessoal com o presidente Lula, afirmando que a conexão é exclusivamente institucional.

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“Esta é uma posição de confiança. E confiança no trabalho das pessoas. Fico pensando se o presidente nomearia alguém que não confia nesse papel, então ele precisa ter confiança”, disse ele, destacando sua trajetória dentro da instituição. “É na lei que é o presidente da República que nomes. Acho que temos que terminar com isso, que existe esse relacionamento pessoal, que eu não tenho. Meu relacionamento com o presidente é institucional, é possível entre um servidor de diretor de agência e o presidente da República”.

Andrei apontou que o PF faz seu trabalho com a independência, sem levar a estatura política ou econômica. Ele acrescentou que, sob sua administração, não há mais “shows operacionais” e fez várias menções indiretas no período de lava-jato.

“Você não verá prisioneiros algemados, sendo conduzidos, expostos à mídia. Não há imprensa na porta de uma pessoa sendo investigada pela polícia. Não há prisões na rua, no trânsito, expondo inadequadamente pessoas. Não há entrevista coletiva.”

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